Desafio Espacial: Retirada de lixo da órbita da terra pode salvar vidas de astronautas e evitar colisões
Em uma iniciativa ousada, a startup ClearSpace-1 se uniu à Agência Espacial Europeia (ESA), para enfrentar um dos maiores desafios da exploração espacial: o crescente acúmulo de lixo espacial em órbita da terra.
O objetivo ambicioso da parceria é capturar um fragmento de foguete que pesa cerca de 100 kg até 2025. Este pedaço de detrito é uma das partes remanescentes de um lançamento de sonda ocorrido em 2013, utilizado para posicionar satélites em órbita.
Entretanto, em 10 de agosto de 2023, a ClearSpace-1 relatou um revés em seus esforços. O alvo inicial da operação foi atingido por detritos espaciais não rastreáveis, gerando uma nova onda de resíduos na órbita terrestre.
A startup suíça revelou que os detritos de baixa energia colidiram com o fragmento do foguete, resultando na geração de novos fragmentos.
“A causa mais provável do evento pode ter sido um impacto de hipervelocidade de um objeto pequeno e não rastreado, o que resultou na liberação de novos fragmentos de baixa energia”, disse a ClearSpace em um comunicado.
Apesar deste contratempo, a ClearSpace-1 assegura que o projeto continua em andamento conforme o planejado. A empresa revelou que está atualmente reunindo informações sobre o incidente e, embora ainda esteja conduzindo uma avaliação preliminar, os dados sugerem que o aumento no risco de colisão para outras missões permanece extremamente baixo.
A colisão recente serve como um lembrete contundente de que o problema do lixo espacial é uma questão séria que requer soluções.
A órbita terrestre já está repleta de milhões de objetos, incluindo satélites ativos, fragmentos de foguetes, restos de colisões anteriores e minúsculos pedaços de metal. Esses detritos não representam apenas um risco para satélites, mas também para astronautas e até mesmo para a Estação Espacial Internacional.
A missão da ClearSpace-1 ganha importância em meio a este contexto desafiador. A remoção do lixo espacial é um passo crucial no desenvolvimento de tecnologias que visam garantir a segurança das operações espaciais.
Uma conclusão bem-sucedida dessa missão poderia potencialmente reduzir os riscos de colisões futuras e, consequentemente, proporcionar uma órbita terrestre mais segura para as atividades espaciais.
O risco iminente associado ao lixo espacial não pode ser subestimado. A possibilidade de colisões catastróficas com satélites funcionais, a ameaça constante à vida dos astronautas na Estação Espacial Internacional e o perigo de contaminação ambiental, são questões que exigem a atenção contínua da comunidade internacional.
A jornada rumo à exploração espacial responsável e sustentável depende, em grande parte, da resolução eficaz do desafio do lixo espacial.
Colaboração: Hauwang Soares
