Doença Falciforme: Avanços, Desafios e Realidade do Tratamento
A doença falciforme, uma condição genética hereditária que afeta principalmente a população negra e parda, representa um desafio significativo para a saúde pública no estado do Amazonas. Caracterizada pela alteração na forma dos glóbulos vermelhos, que assumem uma estrutura semelhante a uma foice, a doença compromete o transporte de oxigênio no organismo, levando a complicações como anemia crônica, dores intensas e danos a órgãos vitais.
Prevalência e Diagnóstico
Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que entre 60 mil e 100 mil pessoas vivam com doença falciforme no Brasil, com maior incidência nas regiões Norte e Nordeste.
No Amazonas, a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) é referência no tratamento da doença, prestando assistência desde o diagnóstico até o acompanhamento contínuo.

O diagnóstico precoce é fundamental para o manejo eficaz da enfermidade. O Programa Nacional de Triagem Neonatal, conhecido como “Teste do Pezinho”, é uma ferramenta essencial nesse processo, permitindo a identificação da condição logo nos primeiros dias de vida.
Tratamento e Cuidados
O tratamento da doença falciforme no Amazonas é realizado principalmente pelo Hemoam, que adota uma abordagem multidisciplinar com médicos hematologistas, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais da saúde.
Os pacientes recebem medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde, como hidroxiureia, ácido fólico e antibióticos profiláticos, além de suporte para transfusões sanguíneas, quando necessário.

A pediatra Cinthia Xerez, especialista na doença falciforme, destaca a importância do acompanhamento regular para prevenir complicações graves.
“Com acompanhamento médico adequado, as crianças com essa condição podem levar uma vida normal. É essencial manter uma boa alimentação, hidratação adequada e uso correto dos medicamentos”, afirma a especialista.
Desafios e Perspectivas
Apesar dos avanços, ainda existem desafios significativos no manejo da doença falciforme no Amazonas. A falta de conhecimento sobre a condição, o estigma associado e as dificuldades de acesso aos serviços de saúde em áreas remotas são obstáculos que precisam ser superados.

A luta contra a doença falciforme no Amazonas exige um esforço conjunto entre o poder público, os profissionais de saúde e a sociedade.
Investimentos em diagnóstico precoce, tratamento contínuo e campanhas educativas são fundamentais para garantir que os pacientes tenham uma vida digna, saudável e com qualidade.
Colaboração: Luciana Aguiar