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Indústria avançou 0,3% em janeiro, aponta IBGE

As principais atividades que contribuíram para o avanço foram produtos alimentícios e produtos farmoquímicos e farmacêuticos

O setor industrial avançou 0,3% em janeiro de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A atividade industrial, ao avançar, reverte a queda assinalada em dezembro de 2022, quando interrompeu dois meses consecutivos de crescimento da produção”, apontou André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Brasil.

Entre as 25 atividades, 14 apresentaram crescimento. As indústrias extrativas, ao avançarem 1,8%, exerceram o principal impacto, que interrompeu os dois meses de queda.

A pesquisa mostrou que as principais atividades que contribuíram positivamente foram de produtos alimentícios (4,6%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (34,1%), indústrias extrativas (2,0%) e outros equipamentos de transporte (27,0%). 

Os impactos negativos vieram de produtos de minerais não metálicos (-10,6%), produtos de madeira (-21,5%) e produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%). 

Índice de Preços ao Produtor (IPP) cai em fevereiro

Os preços ao produtor do Brasil apresentaram queda de 0,30% em fevereiro frente a janeiro, segundo o IBGE. 

O Índice de Preços ao Produtor mede os preços de produtos “na porta da fábrica”, sem impostos e fretes. O IBGE mede 24 setores da indústria e abrange grandes categorias econômicas, como bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

De acordo com César Bergo, economista, o índice é importante porque impacta toda a cadeia de preços da economia. “Isso é positivo porque demonstra que o preço no produtor está caindo, isso vai acabar afetando a inflação, que vai continuar mostrando esse decréscimo”, explica.

Para o gerente de Análise e Metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, o que explica o quadro da variação de fevereiro são os preços que mais variaram. As indústrias ligadas ao consumo apresentaram maiores variações positivas, aumentando os valores. Os destaques foram: vestuário (4,91%), indústrias extrativas (3,00%) e bebidas (1,79%). 

“As indústrias de maior peso, no cálculo do IPP, tiveram os preços caindo, como é o caso de outros produtos químicos (-0,30 pontos percentuais), alimentos (-0,18 p.p.) e indústrias extrativas (0,14 p.p.)”, aponta Brandão.

Marcos Sarmento Melo, especialista em finanças, diretor da Valorum Empresarial, alerta para o lado negativo da queda de preços. “A indústria vem sofrendo muito nos últimos anos no Brasil, diminuindo a sua produção. Faltaram equipamentos, matéria-prima e insumo para a indústria produzir”, aponta.

Para ele, a pandemia, o fechamento das empresas e a desorganização da cadeia produtiva do mundo inteiro, foram fatores que afetaram o trabalho da indústria brasileira. “Isso mostra, que de fato, ainda tem um caminho muito longo para que a indústria possa se recuperar”, afirma.

Fonte: Brasil 61

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