O Jabuti Amarelo da floresta Amazônica
O jabuti-amarelo, como é conhecido na Floresta Amazônica, trata-se de uma das únicas espécies brasileiras de quelônios que são terrestres. Em outras partes do país é nomeado como jabuti-tinga, e uma de suas características é sua coloração em tons de amarelo. Seu habitat natural é a região amazônica, sendo de grande porte, podendo atingir até 80 cm de comprimento.
O jabuti-amarelo chega à sua maturidade sexual por volta dos cinco anos. A espécie está classificada como vulnerável à extinção, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
CARACTERÍSTICAS
Tamanho: os machos são menores que as fêmeas
Peso: 40 a 60 kg
Maturidade Sexual: entre 5 e 7 anos
Época de reprodução: primavera/verão
Incubação: de seis a nove meses
Tempo de Vida: em torno de 100 anos
ALIMENTAÇÃO
Sua alimentação é variada, podendo ser formada por folhas, frutos, sementes, fungos e até pequenos invertebrados. Por comerem praticamente tudo que encontram no solo, são considerados ótimos dispersores de sementes.
PESQUISA SOBRE JABUTI AMARELO
Uma pesquisa realizada entre 2013 e 2015 nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, no Amazonas, foi desenvolvida para a compreensão do comportamento dos jabutis amarelos, em relação à água, pois a espécie foi encontrada nas áreas bastante inundadas e sem acesso à terra.
A pesquisadora Thaís Morcatty, afirma que a presença do jabuti-amarelo em florestas inundadas da Amazônia foi ‘inesperada’, “Realizamos pesquisas na região da confluência de dois grandes rios, Japurá e Solimões, totalizando uma área de mais de 7.000 km² de florestas inundadas sem conexão com a terra seca. Não era esperada a ocorrência dessa espécie na várzea, já que a maioria dos animais terrestres está ausente. É muito tempo para um animal considerado estritamente terrestre viver num ambiente alagado. Nós capturamos muitos animais nessa região, o que nos leva a acreditar que a quantidade de jabutis na várzea pode ser superior à quantidade em terra firme”, relata a pesquisadora.
Durante os estudos, foi realizada uma busca ativa em ambientes de terra firme e várzea. Na várzea, durante a época da cheia, a equipe percorreu a floresta alagada de canoa e os animais foram encontrados flutuando, nadando ou em cima de galhos.
De acordo com Thaís “Alguns animais foram encontrados no pico da cheia, período com uma profundidade de água mínima de 2 metros, as pesquisas só foram possíveis por canoas, e os jabutis estavam abrigados sob galhos e troncos ou simplesmente flutuando no meio da floresta inundada”.
A pesquisadora afirma que a descoberta, nunca registrada anteriormente, foi importante por demonstrar que os animais se adaptam bem a essa realidade, onde buscam várias maneiras para alimentação e para abrigos, além de conseguirem se deslocar nadando por longos trechos.
A especialista ressalta sobre a importância de buscar alternativas que aliam a conservação da espécie aos hábitos e necessidades dos habitantes locais.
Colaboração: Lauane Cristine