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Pesquisa classifica e identifica espécies de cabas da Amazônia

O inseto com ferroada dolorosa é popularmente conhecido na região Amazônica como caba, em outras localidades do Brasil como marimbondos. Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com apoio do Governo do Amazonas, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), realizaram uma pesquisa onde foram analisadas as espécies do gênero polistes, em relação à taxonomia e à sistemática, para contribuir com informações sobre a classificação das espécies e compreender as suas relações evolutivas.

 O que é taxonomia?

A taxonomia é a ciência ligada com a descrição, identificação e classificação dos organismos.

 O que é sistemática?

Sistemática é a ciência que relaciona os seres vivos, por meio do estudo comparativo das suas características e aspectos morfológicos, fisiológicos, evolutivos e genéticos.

Sobre a pesquisa

O estudo foi coordenado por Alexandre Somavilla, doutor em Ciências Biológicas, Entomologia, com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazona (Fapeam).

Na pesquisa foram examinados, uma base de 10 mil indivíduos, a maioria das cabas depositadas na coleção do Inpa, é resultante de coletas nos municípios de Manaus, Presidente Figueiredo, Iranduba, Ipixuna, Lábrea, Tefé, Canutama, Maués e outros.

Dos indivíduos analisados, foram identificadas quase 100 espécies de cabas e marimbondos do gênero polistes, sendo um grupo bem representado na região amazônica. A pesquisa já foi concluída, o DNA das cabas foi extraído e as características morfológicas de indivíduos adultos fêmeas e machos foram analisadas. 

O pesquisador Alexandre explica que “Quando fazemos esse tipo de pesquisa, integrando diferentes fontes de evidências biológicas, conseguimos organizar esses organismos de maneira mais robusta, definir o que é uma espécie, onde ela vive, qual a área de distribuição, encontrar evidências das relações de parentesco e até mesmo funcionalidades delas”.

Futuros estudos

Segundo o pesquisador Alexandre, a importância dessa pesquisa de taxonomia e a classificação das cabas de diversas espécies, têm contribuição para futuros estudos que podem estende-se à biologia da conservação, biologia aplicada, a avaliação de impactos sociais, ambientais e etc.

Alexandre explica que a taxonomia sempre foi uma ciência pouco compreendida, e para alguns, vista com pouca importância, por acharem que de alguma forma, é fácil nomear os seres vivos, o que de fato, não é verdade, pois não é uma tarefa simples, identificar uma espécie.

O trabalho passou por uma análise bem detalhada e a síntese de todo esse conhecimento trouxe a definição da espécie, seja nova ou já conhecida. Apenas com uma taxonomia bastante sólida é possível especificar grupos prioritários para conservação e definir as áreas para preservação desses organismos.

Fotos: Érico Xavier / Fapeam

Lado positivo da caba

O estudo dessas cabas permitiu mostrar o lado positivo desses insetos, para o meio ambiente e o equilíbrio ecológico.

De acordo com o pesquisador “Essas cabas desempenham diversos serviços ecossistêmicos e são extremamente importantes para o equilíbrio da natureza, por serem animais predadores, que se alimentam de lagartas e outros insetos, alguns considerados, inclusive, pragas agrícolas, com isso as cabas fazem o controle biológico, o que pode reduzir o uso de agrotóxicos na agricultura impactando a produtividade local e a melhoria da qualidade de vida da população”.

A pesquisa obteve resultado positivo, contribuiu para a formação de recursos humanos em alto nível, com dois mestres, dois doutorados e um aluno de graduação.

Além disso, a pesquisa gerou dois artigos científicos, que foram publicados nas revistas internacionais American Museum Novitates e Arthropod Systematics & Phylogeny, em 2021.

Informações: Fapeam

Colaboração Lauane Cristine

Fotos: Érico Xavier / Fapeam

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