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Moradores do Ramal ZF5 cobram explicações da SUFRAMA, sobre suposta venda ilegal de terras por parte da autarquia; Veja vídeo

Em entrevista concedida ao portal MKN, moradores do ramal ZF5, no quilômetro 83 da BR 174, que liga Manaus a Boa Vista, denunciam que estão sendo vítimas de ameaças e intimidações, por parte de homens armados, exigindo que saiam de suas propriedades, abandonando suas criações, cultivos e residências, lhes dando apenas o direito de levar o telhado de suas casas.

Estes homens estariam agindo em nome de um suposto novo proprietário das terras, que teria comprado toda a área, em um leilão da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em 2022.

O fato além de estar causando pânico nos moradores, também causa bastante estranheza, pois, até onde se sabe, a SUFRAMA não vende ou faz leilão de terras.

Maria de Fátima é agricultora e conta que estava fazendo limpeza no seu terreno (capina), quando os homens chegaram e lhe disseram que não deveria fazer mais nada nas terras. Quando questionou sobre seu cultivo, casa e criações, lhe foi respondido que, a única coisa que teria direito, era o alumínio do telhado de sua residência.

“…aí eu disse, e minha casa como vai ficar? aí ele disse assim, “Não, a única coisa que a senhora vai ter direito aqui, única coisa, preste bem atenção no que eu tô dizendo pra senhora, a senhora só vai ter direito daqui, só o alumínio da sua casa”, ele falou para mim” relatou dona Maria.

Elcione Cardoso de 60 anos, também conta que foi abordado pelos homens que o mandaram sair de sua propriedade, relata ainda não saber o que fazer ou para onde ir.

“É uma situação muito difícil, porque você tá num lugar vivendo, olha, eu passei mais de 6 anos só para fazer a minha casinha, uma casinha humilde, mas é meu conforto, da minha família, está entendendo? aí de repente chega uma máquina, para derrubar e botar ela no chão, e botar eu com os sacos na cabeça, com as coisas dentro, eu vou fazer como?” desabafa com tristeza Elcione.

Lezildo Miranda diz que já está há mais de 11 anos no ramal, e foi surpreendido com os homens que chegaram em sua casa, pedindo que desocupasse a área, pois seu patrão havia comprado da Suframa.

“A terra foi leiloada para ele, a Suframa leiloou, eles falaram que o cidadão leiloou para eles, eles compraram a terra”, “A gente não pode mexer em mais nada aqui que é dele, se nós sair daqui, para onde que nós vamos?”, questionou Lezildo.

Maiko Santos também recebeu a ordem para que fosse embora e desocupasse sua propriedade, “Eles falaram que compraram da Suframa através de leilão, estão tentando tirar a gente de qualquer maneira daqui”, disse Maiko.

Afonso Curintima é indígena e mora no ramal há quase uma década, de onde tira seu sustento e de seus filhos, Afonso diz não saber mais o que fazer, haja visto que, já procuraram diversos órgãos e entidades e ninguém esclarece o que está acontecendo.

“Nós já procuramos vários órgãos, já fomos na Defensoria Pública da União (DPU), já fomos na câmara de vereadores, já fomos na Suframa, já fomos no INCRA, já fomos na Funai, e não tivemos nenhuma resposta, de nenhum órgão desses, porque em nenhum desses órgãos que nós fomos, não tinha nenhum representante da Suframa para alegar qualquer coisa, nem que sim, nem que não, então a gente não tem resposta”.

Afonso relata ainda que houve uma reunião na Defensoria Pública do Estado (DPE), “Estava o superintendente do Incra, o defensor Carlos Almeida, ele ficou de dar uma resposta pra gente, então a gente tá aguardando essa resposta”.

“Se me tirarem daqui eu não tenho para onde ir, porque é daqui que eu vivo, daqui que eu tiro o sustento, são várias famílias que têm, que vive daqui também” finaliza o Indígena.

Os moradores pedem que a atual gestão da SUFRAMA, investigue o que está acontecendo, e que puna os responsáveis. Pedem ainda, que o Ministério Público, o Ibama, o Incra e todos os órgãos e entidades por eles procurados, possam ajudá-los a solucionar o problema.

O portal MKN se coloca à disposição dos moradores do ramal, para receber novas denúncias, queixas, reclamações e reivindicações, bem como para dar o direito de resposta aos órgãos, entidades, autarquias ou quaisquer envolvidos na matéria.

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