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A surpreendente origem dos números nas camisas de futebol

Os números no futebol são essenciais, seja na contagem de gols, de títulos ou nas estatísticas que ajudam a entender o que aconteceu em uma partida ou campeonato. No entanto, os números nas camisas de futebol também têm uma função fundamental: a identificação dos jogadores em campo, algo que, curiosamente, nem sempre foi uma exigência oficial.

A origem da numeração nas camisas de futebol

Assim como outros esportes, o futebol não surgiu com regras fixas e passou por uma série de transformações ao longo do tempo. Com a numeração nas camisas não foi diferente: levou anos até que ela fosse oficialmente adotada nas partidas.

Os registros indicam que a primeira vez em que a numeração foi utilizada em um jogo aconteceu no dia 29 de abril de 1933, durante uma partida da FA Cup, torneio inglês que, segundo o site Tribuna Expresso, é a competição de clubes mais antiga do mundo.

Na ocasião, Everton e Manchester City se enfrentaram na final, realizada no icônico estádio de Wembley.

Naquele jogo, os organizadores decidiram inovar com o objetivo de evitar confusões recorrentes na identificação dos jogadores, problema agravado pelas semelhanças físicas entre alguns atletas, o que dificultava, inclusive, o preenchimento da súmula ao fim das partidas.

Na decisão, o Everton entrou em campo com camisas numeradas de 1 a 11, padrão que mais tarde se tornaria tradicional. Já o Manchester City usou numeração de 12 a 22. A princípio, os ingleses resistiram à novidade, argumentando que as camisas numeradas lembravam uniformes de presidiários.

Apesar das críticas, a Federação Inglesa (FA), manteve a proposta e oficializou a numeração como regra.

Final da FA Cup vencida pelo Everton, por 3×0, em cima do Manchester City, em 1933. Foto: Alamy

A chegada ao Brasil e à Copa do Mundo

A adoção dos números nas camisas de futebol demorou a se popularizar no Brasil. Foi apenas em 1947 que os clubes brasileiros passaram a utilizar números nas camisas de forma oficial.

Final da Copa do Mundo em 1950, vencida pelo Uruguai em cima do Brasil, por 2×1, no Maracanã, marcou a utilização da numeração em copas. Foto: FIFA

Nas competições da FIFA, especialmente na Copa do Mundo, a mudança também foi gradual. A primeira edição do torneio a contar com numeração nas camisas dos jogadores foi a de 1950, realizada justamente no Brasil. Anos depois, em 1994, durante a Copa sediada nos Estados Unidos, os nomes dos jogadores também passaram a ser incluídos de forma obrigatória nos uniformes.

Romário e Bebeto na Copa de 1994 vencida pelo Brasil. Edição essa que inseriu o nome dos jogadores na camisa. Foto: FIFA

A liberdade nas numerações

Apesar de a numeração padronizada, de 1 a 11, ainda ser usada por muitas equipes como indicativo dos jogadores titulares, a relação entre número e posição vem se tornando cada vez mais flexível. Tradicionalmente, o 1 representa o goleiro; o 3, o zagueiro; o 9, o centroavante; e o 10, o craque do time.

No futebol moderno, no entanto, essa padronização foi se perdendo, abrindo espaço para escolhas personalizadas, sem necessariamente indicar a posição do atleta em campo.

Hoje, mais do que uma referência funcional, os números nas camisas carregam significados pessoais, histórias e até marcas registradas, como a famosa camisa 7 de Cristiano Ronaldo ou a 10 de Pelé e Messi.

A evolução da numeração no futebol é mais um exemplo de como o esporte se adapta, preservando tradições ao mesmo tempo em que abraça a inovação.

Durante a sua passagem pelo clube italiano Milan, o craque brasileiro Ronaldinho utilizou o número 80. Foto: AP

Colaboração: Vinycius Lee

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