Junho é o Mês do Orgulho LGBTQIA+: luta e visibilidade
Em junho, o Brasil e o mundo celebram o Mês do Orgulho LGBTQIA+, um período de visibilidade, celebração, resistência e luta por igualdade. A escolha desse mês remete à Revolta de Stonewall, ocorrida na madrugada de 28 de junho de 1969, em Nova York, marco inicial de um movimento global pelos direitos civis da comunidade LGBTQIA+.
Origem e Importância Histórica
A história da comunidade LGBTQIA+ tem raízes profundas na luta por reconhecimento, dignidade e direitos civis. As siglas começaram a ganhar forma nos anos 1960 e 1970, com o surgimento do movimento gay nos Estados Unidos, especialmente após a Revolta de Stonewall, considerada o marco inicial da militância moderna.
Inicialmente usada como “GLB” (gays, lésbicas e bissexuais), a sigla evoluiu para “LGBT”, com a inclusão das lésbicas em primeiro plano e, posteriormente, das pessoas trans.

Ao longo dos anos, o acrônimo se expandiu para incorporar outras identidades de gênero e orientações sexuais, como queer, intersexo, assexual e outras (formando o LGBTQIA+), refletindo a diversidade e complexidade da comunidade.
Nas últimas décadas, houve avanços importantes em direitos civis, visibilidade e representatividade em várias partes do mundo. No entanto, ainda persistem desafios significativos, especialmente em contextos onde o preconceito e a violência continuam a ameaçar vidas.
A invasão policial ao bar Stonewall Inn, um dos poucos espaços seguros para pessoas LGBTQIA+, desencadeou uma série de protestos que deram origem ao ativismo moderno da comunidade. Desde então, o dia 28 de junho tornou-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, culminando em desfiles, eventos culturais e campanhas de conscientização em todo o mundo.

No Brasil, as manifestações ganharam força a partir de 1997, ano da primeira Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, que reuniu cerca de 2 mil pessoas. Desde então, o evento cresceu exponencialmente e hoje figura entre os maiores do mundo, reunindo milhões de participantes e destacando pautas como a criminalização da LGBTfobia, os direitos das pessoas trans e políticas públicas inclusivas.
Eventos e Iniciativas pelo País
Durante o mês de junho, capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre organizam eventos, rodas de conversa, paradas e manifestações culturais. A iluminação de edifícios públicos com as cores da bandeira LGBTQIA+, como o STF, o Palácio do Planalto e o TCU, reforça a visibilidade e o apoio institucional.
Em Manaus, movimentos sociais promovem atividades como cineclubes, debates e orientações jurídicas para fortalecer a comunidade e incentivar o protagonismo LGBTQIA+ na região amazônica.

Símbolos e Identidade
A bandeira arco-íris, criada em 1979 por Gilbert Baker, é o símbolo mais reconhecido do movimento, representando diversidade e inclusão. Versões atualizadas, como a Progress Pride Flag, incluem cores adicionais para representar a comunidade trans e racializada, ampliando a visibilidade interseccional.
Outros símbolos, como as bandeiras trans, bi, pan e não-binária, também ganham destaque em paradas e eventos, valorizando a pluralidade e a riqueza das identidades que compõem a comunidade LGBTQIA+.

Um Mês de Memória e Futuro
Junho não é apenas festa: é um momento de reafirmação de compromissos com os direitos humanos, educação, saúde e respeito. É a oportunidade de celebrar conquistas com orgulho e de manter firme a luta contra o preconceito e a violência.
O Mês do Orgulho LGBTQIA+ é a lembrança de que viver com dignidade, amar livremente e existir sem medo é um direito de todos. Mas também é um chamado urgente à sociedade, aos governos e às instituições para que o respeito deixe de ser apenas bandeira e se torne prática cotidiana.

Colaboração: João Lucas